O sono e a sociedade Durante muitos anos tive dificuldade em compreender o feminismo e o machismo. Para mim era fácil - existem homens e existem mulheres e nunca me passou pela cabeça que por ser mulher poderia não fazer o que me apetecesse e como me apetecesse. Mesmo crescendo sob uma educação machista. Já bem adulta confrontei-me pela primeira vez com homens que se achavam mais inteligentes e capazes por serem homens, que tinham direitos adquiridos por serem homens ou necessidades a serem satisfeitas apenas por serem homens. Ser homem ou mulher não é uma característica que implique ganho de direitos ou privilégios per se. Resulta de uma combinação genética que leva à manifestação de características sexuais e físicas diferentes. Claro que as diferenças hormonais entre sexos também acarretam outras diferenças. Mas no essencial há poucas mais diferenças relevantes. Os domínios cognitivos mais desenvolvidos parecem ser diferentes nas mulheres e nos homens. Resultam de i
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Is the search for a perfect night’s sleep keeping you awake? Sobre instrumentos que avaliam sono e mais… Vale mesmo a pena ler na integra. Partilho aqui uma amostra. "Activity trackers have been around for about a decade, in which time their functionality has expanded to include tracking sleep. The majority of these come in the form of wristbands or watches; others are apps, meaning you have to share your bed with a smartphone. Most trackers rely on movement as a proxy marker of wake and sleep, utilising sensors called accelerometers to measure motion. Recent studies have shown that while many trackers are reasonably accurate at measuring time in bed, they are less good at determining total sleep time, especially if you wake in the middle of the night. As for determining the stages of sleep, from light to deep to REM, as most trackers promise — some are only just better than the flip of a coin. But there is a more fundamental problem raised by the notion of tracking your sl
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No meu dia a dia cruzo-me com muitas pessoas. Aprendo muito. Principalmente, aprendo com a força que muitos dos meus doentes apresentam. O Salvador Mendes de Almeida é um exemplo de força, persistência e resiliência. O sono, um adormecimento, mudou o rumo da sua vida de forma súbita, drástica e dolorosa. Quando lhe apresentei a ventiloterapia muitos anos depois foi um momento difícil também para mim - embora convicta que seria algo de bom e positivo na sua vida sabia que nos primeiros instantes a ideia de mais uma mudança seria encarado como mais um peso. Mas o Salvador recusou virar as costas a mais esta luta. E ganhou mais uma vez. O sorriso ficou ainda maior. Um enorme obrigada pela generosidade da partilha. O exemplo talvez seja a força que alguns precisam para procurarem ajuda ou não desistirem de dormir melhor.
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Apresentado como "um panorama vertiginoso da contemporaneidade, em que o sono é a maior afronta ao capitalismo: um empecilho à produtividade, um reduto de humanidade, a única fronteira não conquistada pela lógica da mercadoria". “Um dos métodos de tortura exercidos em muitas vítimas de rendição extraordinária e noutros presos, desde 2001, é a privação de sono. [..] Um ambiente 24/7 tem a aparência de um mundo social, mas na verdade é um modelo não social de desempenho maquínico e uma suspensão da vida que não exibe o custo humano necessário para sustentar a sua eficácia. [..] Quanto ao trabalho, torna plausível, e até normal, a ideia de laborar sem pausas, sem limites. Alinha-se com o inanimado, o inerte ou que não envelhece. […] De igual modo, 24/7 é indissociável da catástrofe ambiental, na afirmação de gasto permanente e desperdício infindo para se sustentar; na interrupção terminal dos ciclos e das estações de que depende a integridade ecológica. […
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A propósito do poema "Quando a madrugada chegar…" Também Franz Kafka, o escritor, começou a ter insónia na sua terceira década de vida e o problema permaneceu durante 15 anos até falecer de turberculose. A sua insónia caracterizava-se por dificuldade em manter-se a dormir e por despertares muito matutinos. Recentemente caracterizada, a insónia crónica de Kafka originou-se e foi mantida pelo ciclo vicioso constituído por fatores predisponentes, precipitantes e perpetuadores. Assim, como fatores predisponentes para a insónia crónica os seus traços de personalidade – insegurança, auto-crítica exagerada; como fatores precipitantes as suas preocupações excessivas – particularmente focadas nas suas relações amorosas e na sua carreira literária; os fatores perpetuadores relacionavam-se com os seus maus hábitos de sono na tentativa de compensar o cansaço provocado pelas noites mal dormidas, como permanecer tempo excessivo na cama durante o fim de semana e as férias. Para além d
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Que importância tem o sono? Porque temos de dormir? É inquestionável que necessitamos de dormir para viver e que é uma necessidade básica e insubstituível – de outra forma porque passaríamos 1/3 das nossas vidas a dormir? Então porque deixámos nós de o fazer? Dormimos por múltiplas razões e sabemos atualmente que o sono é fundamental no processo de restauração, de conservação de energia e de consolidação de memória. E começámos a dormir menos porque nos foram dadas condições que nos permitiram continuar acordados quando deveríamos estar a dormir. Em primeiro lugar, o surgimento da luz elétrica que permitiu ser dia 24 horas por dia. Surgiu assim a oportunidade de continuarmos a trabalhar até depois do sol se pôr. A sincronização com o sol, que até então existia de forma inultrapassável, é fundamental para dormirmos bem. E depois de quebrarmos uma relação de milhares de anos com o sol passámos a atribuir uma conotação negativa ao ato de dormir seja por considera