A propósito do poema "Quando a madrugada chegar…"


Também Franz Kafka, o escritor, começou a ter insónia na sua terceira década de vida e o problema permaneceu durante 15 anos até falecer de turberculose. A sua insónia caracterizava-se por dificuldade em manter-se a dormir e por despertares muito matutinos. Recentemente caracterizada, a insónia crónica de Kafka originou-se e foi mantida pelo ciclo vicioso constituído por fatores predisponentes, precipitantes e perpetuadores. Assim, como fatores predisponentes para a insónia crónica os seus traços de personalidade – insegurança, auto-crítica exagerada; como fatores precipitantes as suas preocupações excessivas – particularmente focadas nas suas relações amorosas e na sua carreira literária; os fatores perpetuadores relacionavam-se com os seus maus hábitos de sono na tentativa de compensar o cansaço provocado pelas noites mal dormidas, como permanecer tempo excessivo na cama durante o fim de semana e as férias. Para além de deliberadamente ter escolhido passar a escrever à noite pela sua necessidade de silêncio absoluto – “Perhaps there are other forms of writing, but I Know only this kind; at night, when fear keeps me from sleeping”.



A higiene de sono inadequada de Kafka resultou num estado de privação de sono crónica. Há até quem especule que foi esse estado que levou a um sistema imunitário deficiente que contribuiu para o desenvolvimento de tuberculose.


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